O consultor de mercado Carlos Cogo é pessimista em relação às perspectivas do algodão para a próxima safra. "A situação é crítica para a cultura, porque o mundo vive uma superoferta de algodão e, nesse caso, a queda no preço do petróleo cria um efeito danoso", explica ele em entrevista à repórter Denise Saueressig, da Revista A Granja.
"Isso porque os maiores concorrentes do algodão são derivados do petróleo, que são as fibras químicas e o poliéster. Hoje essas fibras estão entre 20% e 25% mais baratas que o algodão, que está também muito barato. Além disso, existe um estoque mundial para 340 dias de consumo. Nenhuma outra commodity tem isso", ressalta ele.
"Outro ponto é que a China resolveu usar os estoques que tinha e segurar as compras. Os chineses são os maiores importadores do mundo, mas há alguns meses anunciaram que usariam seus estoques e diminuiriam as compras em mais de 50% no período 2014/2015", aponta o diretor da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica.
"A média de preços do indicador usado aqui no Brasil mostra US$ 0,74 por libra peso. No entanto, o nosso custo está em US$ 0,84 por libra peso. Essa situação deve fazer o produtor optar por plantar a cultura na segunda safra. Quase todo o algodão de 2015 deve ser deslocado para a segunda safra, na sequência da soja. Como numa segunda safra ele não precisa cobrir o custo total, talvez a cultura possa sustentar um pequeno resultado positivo. Até o momento, existe a estimativa de 14% de queda na área plantada de algodão na próxima temporada, e nesse momento não enxergo mudanças nesse cenário", conclui.
fonte: Agrolink
Autor: Leonardo Gottems