Boletim
Agrofinanças | nº 28 | Setembro | 2010
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Reversão de Cenário de Grãos para 2011: Uma ponte para os Produtores do MT É dura a vida dos analistas de mercado de commodities.
Não bastasse a alta volatilidade dos preços,
característica marcante desse mercado, convivemos ainda com um
clima errático que, volta e meia, prega
peças a todos os interessados nos mercados de grãos e
oleaginosas.
Há 90 dias, o cenário era baixista, tanto para soja, quanto para o milho. Nesse contexto, uma safra normal nos EUA seria suficiente para diminuir o CBOT-Soja para o patamar entre US$ 8,50 e 9,00/bu. Uma recuperação no estoque interno nos EUA, associada às safras recordes de Brasil e Argentina, recolocaria a oferta global de soja no topo, a despeito da demanda chinesa. Uma safrinha de milho doméstica sem precedentes elevaria o estoque nacional sem que a demanda sinalizasse crescimento proporcional. A estimativa de estoque para o final do ano, diga-se de passagem, seria superior a 10 milhões de toneladas. No entanto, o imponderável ocorreu: uma quebra severa de safra no norte da Europa, em particular na Rússia, alterou todo o cenário de demanda, em particular, para o Cerrado, que já contabilizava potenciais perdas para a safrinha e a safra de soja 2011. Vale lembrar que, em Moscou, a temperatura na sombra chegou a patamares acima de 38 graus, registro mais alto desde 1856. Incêndios se propagaram por todo o país, isolando cidades e destruindo florestas. Realmente, não há analista que antecipe eventos como esses, mesmo tendo ocorrido algo semelhante, mas com perdas menos severas em 2007. Em adição, não podemos “olvidar” que, na safra passada, os nossos vizinhos argentinos amargaram a pior seca em 70 anos. Temos que ter em mente que a mudança climática parece ter vindo para ficar e trata-se de coisa séria. Nessa época do ano, estamos vivenciando o cenário de La niña, até o momento considerado brando. A seca no pré-plantio do Centro-Oeste já sinaliza a anomalia. Se para os analistas é um desafio, para os meteorologistas é um caos trabalhar nesse ambiente, onde mesmo os jargões e modelagens técnicas, La niña, El niño , etc. parecem não obedecer mais a uma lógica racional. A propósito, o NOAA (The National Oceanic and Atmospheric Administration) dos EUA publicou recentemente um relatório (1) informando que a La Ninã voltou a se fortalecer em agosto/10 e deve perdurar até o inverno do hemisfério norte. Sob a perspectiva histórica, esse é um fenômeno que deveria preocupar mais os estados do Sul do Brasil do que os dos Cerrado. Mas, honestamente, a lógica dos produtores é a de produzir. A despeito de qualquer nome que se dê ao clima, eles seguem em frente. Clima é uma variável do jogo mas, na realidade, produz baixo efeito sobre o planejamento da safra dos produtores. Comprada a semente e os fertilizantes, não há caminho de volta...agora é hora de semear e pronto! O grande ponto da mudança de cenário é que os agricultores brasileiros e, em particular, os do Cerrado, iniciariam a safra sem uma perspectiva de ganho para 2011 e, em muitos casos sem reserva alguma. Com o problema da safra na Europa e os programas de apoio à renda do MAPA, o jogo se inverteu. A perspectiva de exportação de milho, que dificilmente atingiria os 8,5 milhões de toneladas previstos pelo MAPA no primeiro semestre, agora pode ultrapassar a marca de 11 milhões de toneladas. Seria um novo recorde de exportação. Hoje, os produtores estão em uma posição mais confortável, podendo até sofrer eventuais perdas moderadas em um cenário de oferta mais apertada. Uma questão importante a se considerar é que, a partir de agora, vamos viver o "mercado de clima" da América do Sul e CBOT está muito sensível nesse momento. Isso serve em parte como um “seguro” para o produtor brasileiro, pois uma eventual quebra será, pelo menos parcialmente, compensada pela alta nos preços. No caso específico do MT, a quebra na Europa foi providencial, pois permitiu o escoamento de um grande volume de milho que, a princípio, não teria destino no médio prazo. A soja também teve recuperação entre R$ 4,00 e 7,50/saca na origem. Essa variação conduziu muitos produtores do breakeven para o campo positivo de perspectiva de rentabilidade. Sem dúvidas, foi uma grande ajuda, maior para aqueles que ainda tinham soja 2009 para vender após julho/10 e, em parte, para aqueles que ainda não haviam vendido muito da safra 2011. O Cerrado agora está em um momento único, em particular o Mato Grosso. Os projetos de logística que estão em andamento darão uma nova perspectiva para o estado. No longo prazo, não há como ignorar a prosperidade, que será gerada por esses projetos para os produtores e as comunidades do MT. A agroindústria irá propagar em projetos por todos as regiões do estado, buscando matéria-prima na origem e escoamento mais barato. Apesar da matéria “O Milagre do Cerrado”, muito positiva por sinal, publicada na revista The Economist (2) recentemente exaltando a região do MAPITO, o Mato Grosso, pela sua tradição no agronegócio, será, sem dúvidas, o grande player do Cerrado. Vale lembrar que, com a viabilidade de exportação de milho para a China daqui por diante, a BR 163 poderá ser um grande fornecedor dessa commodity para o mercado internacional, escoando o milho safrinha a partir do Rio Amazonas. Durante a nossa presença no Circuito APROSOJA deste ano (clique aqui para ver as fotos), muitos produtores estavam preocupados com a possibilidade de não sobreviverem na atividade, até que todos esses projetos estivessem prontos. Eles precisavam apenas de uma ponte para permitir que um maior contingente de produtores pudessem tirar proveito desse novo quadro que está se desenvolvendo (sem ser anexado pelos grandes grupos). Infelizmente, para os Russos, essa ponte está se construindo a custa do seu insucesso. Em Julho não ganhamos a Copa, mas sem dúvida os produtores brasileiros de soja não ficaram preocupados. (1) http://www.cpc.noaa.gov/products/analysis_monitoring/enso_advisory/ensodisc.html (2) http://www.economist.com/node/16886442?story_id=16886442 voltar para o início do boletim Troca & Securitização A visão de que a operação de troca é parte obrigatória da estrutura operacional das empresas está chegando ao middle market, o que amplia a demanda por profissionais com especialização nessa área. Na verdade, há pouca gente que de fato conhece todas as facetas da operação e a sua gestão de risco. É correta a preocupação de se buscar operadores competentes, pois essa é uma operação que não aceita improviso. "Formar em casa" costuma custar caro, em função dos eventuais erros. Treinar pessoal de vendas ou crédito em cursos de Commodities & Futuros também não resolve tudo, pois a operação no mercado físico é um negócio a parte e, por isso, nem sempre totalmente ensinada nos treinamentos de curto prazo. O erro pelo excesso também ocorre. Muitas empresas acabam trazendo operadores de grãos para servir de BackOffice de estruturas que, na verdade, são de cessão de crédito e não de trading propriamente dito. Em muitos casos, o briefing mal realizado pelos H.Hunters acabam induzindo bons traders ao erro. Seguem para as empresas de insumos com uma expectativa de que vão operar uma mesa de grãos ativa, com unidades de recebimento, operação logística, etc. e, no final, se frustram com uma execução monótona e pouco interessante. Isso ocorre também com corretores de grãos que estão acostumados com a dinâmica da tela de CBOT ou BM&F e o fone tocando o tempo todo . No final, esses profissionais operam pouco e se limitam a falar com a equipe de venda ou canais da sua empresa sobre o trâmite de papéis e registros de documentos. Não existe solução mágica, mas sim uma solução técnica. As empresas podem desenvolver seus profissionais com uma razoável perspectiva de tempo (em torno de 5 anos para preparar um profissional nessa área), sem cobrar milagres de quem não tem experiência para fazer tudo. Buscar apoio externo é sempre recomendável. Como última recomendação, evitar contratar sem entender de fato qual é o perfil do profissional que a empresa realmente demanda. voltar para o início do boletim Crédito & Recebimento Alguns problemas pontuais na liquidação da safrinha no MT, mas bem pontuais mesmo. No algodão, é só alegria, já que a arroba de pluma em Luís Eduardo Magalhães/BA está sendo negociada a R$ 71,00. Mesmo quem "errou a mão", através da venda antecipada no primeiro semestre, ainda vai rentabilizar mais de R$ 1.500,00/ha (considerando produtividade histórica). Até o pessoal de máquinas está recebendo algumas contas antigas (não todas), mas as coisas estão clareando. É possível afirmar que, se o clima contribuir, vamos ter pelo menos mais dois anos de boa liquidez para os produtores da maioria das culturas. Conforme o nosso texto inicial, é bom lembrar que, desde 2008, a liquidez vinha caindo junto com os preços e o câmbio desfavorável na maioria dos casos. A pressão para o pagamento das contas de investimento também aumentavam a incerteza, mas agora já existe alguma sobra até mesmo para acertar contas históricas. Vamos torcer para o clima não prejudicar o cenário. Ressalta-se que mesmo uma quebra no Brasil neste momento seria positiva para os preços, o que mitiga o risco de liquidez para os produtores. voltar para o início do boletim MILHO Nas três primeiras semanas de setembro/10, a cotação do milho apresentou incremento de 16,8% no mercado interno (base Campinas). Foram dois os principais fatores que provocaram essa alta: 1) Intervenções governamentais na compra do cereal, através do PEP (Prêmio para o Escoamento e Produto) e 2) Quebra de safra de trigo na Rússia. Em relação ao primeiro fator, o governo, através da CONAB, auxiliou no escoamento principalmente da produção de safrinha no MT e GO. No primeiro estado, estima-se que 81% da colheita de 2010 foi escoada através dessa modalidade de venda. Em relação à quebra na Rússia, o benefício para o nosso país ocorreu através do aumento do incentivo para as exportações. Apenas em agosto/10, o Brasil embarcou 1,19 milhões de toneladas de milho, mais da metade do volume que fora exportado em sete meses, de janeiro a julho/10 (2,3 milhões de toneladas). Além disso, as agroindústrias de processamento de carne apresentam perspectivas de aumento da capacidade de produção no curto e médio prazos, especialmente no Triângulo Mineiro e Sudoeste de Goiás, o que aumenta a demanda interna pelo cereal. COMPLEXO CANA Em relação ao açúcar e ao etanol hidratado, observamos altas de, 24,9% e 8,3%, respectivamente, segundo o indicador do CEPEA. A alta do primeiro produto foi ocasionada principalmente pelo aumento da demanda externa e perspectivas de aumento da demanda acima do aumento da oferta, em função de problemas pontuais de safra em alguns países produtores. Em relação ao etanol, segundo própria análise do CEPEA, o incremento do preço é atribúido ao aumento da demanda pelo produto em São Paulo. Adicionalmente, segundo levantamento de Agosto/10 da CONAB, há perspectivas de queda de 3,4% na produtividade de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil em 2010 (em comparação a 2009), em função da intensa estiagem no período de inverno, o que contribui para a subida dos preços dos produtos dessa cadeia. voltar para o início do boletim Câmbio
Nas três primeiras semanas de setembro/10, o Real apresentou valorização de 1,84% perante a moeda americana. No dia 14, o câmbio atingiu o patamar de R$ 1,70/dólar, menor valor desde fevereiro de 2008. Segundo levantamento da Bloomberg, no último ano e meio, a moeda brasileira apresentou o segundo melhor desempenho entre as 16 moedas mais negociadas do mundo. Setembro foi um mês de forte pressão sobre o mercado cambial brasileiro, o que foi justificado principalmente pela entrada de capitais internacionais para o processo de capitalização da Petrobras (que foi de US$ 70 bilhões, sendo cerca de US$ 9 bilhões através de entrada de capital externo). Além disso, a perspectiva de aumento da taxa de juros SELIC (de 10,75% para 11,75% a.a. no final de 2011) induz ao aumento da migração de recursos para compra de ativos no Brasil, através do processo de carry trade (tomar emprestado em países de juros baixos para compra de ativos em países com altas taxas de juros, como o Brasil). Esse fator, aliado à recente crise em parte da economia européia, potencializa a atratividade de investimentos produtivos e financeiros em países emergentes, como o Brasil. Prova disso é que, em 2010, os fundos mútuos japoneses retiraram US$ 21 bilhões dos países da Zona do Euro e, em contrapartida, aumentaram em 53% os recursos aplicados em dívidas brasileiras, que atingiram um recorde de 1,8 trilhão de ienes (US$ 22 bilhões), segundo dados do Jornal Brasil Econômico (clique aqui para ler a matéria). Para conter a pressão sobre o câmbio, que poderia estar abaixo de R$ 1,60/dólar, o Governo Federal autorizou o Fundo Soberano a comprar dólares para completar as atuações do Banco Central. Adicionalmente, o próprio BACEN comprou US$ 5,9 bilhões no mercado à vista entre os dias 1 e 17 de setembro por meio de leilões, maior atuação nos últimos nove meses. Sob a ótica dos fundamentos da economia brasileira, há justificativas para a valorização do câmbio, já que há perspectivas de crescimento de 7,5% do PIB em 2010 e o nível de desemprego diminui a cada levantamento do IBGE (chegou ao menor patamar em agosto/10, com 6,7%). Mesmo com os recorrentes déficits nas transações de conta-corrente do balanço de pagamentos (que passou de US$ 9 billhões no acumulado de janeiro a agosto/09 para US$ 31,1 bilhões para o mesmo período de 2010), o nível de reservas internacionais - US$ 273,8 bilhões - é confortável para permitir que passemos por esse processo. Para a sorte do setor agrícola brasileiro, houve quebra de safra na Rússia em 2010 e os recorrentes aumentos das importações chinesas de milho e soja continuam sustentando o preço dessas commodities no mercado internacional. Para o algodão, também tivemos forte recuperação dos preços (média de 42% no Brasil, em R$, nos últimos três meses), o que auxilia na sustentação da renda do agronegócio em 2011. voltar para o início do boletim Viabilidade & Liquidez
Estamos em um período que normalmente impacta negativamente a disponibilidade de caixa dos produtores, em função da necessidade de preparo do solo para a próxima safra. Esse quadro é mais evidente nas regiões onde não se cultiva a Safra de Inverno. De maneira geral, a situação melhorou, em função do aumento generalizado dos preços agrícolas no segundo semestre de 2010. A melhora dos preços agrícolas impactou positivamente todas as categorias de produtores em análise, sobretudo os cotonicultores, que foram os mais beneficiados, do ponto de vista da viabilidade econômica. voltar para o início do boletim Jurídico Decisão do STJ sobre CPR Depois de completados 16 anos da aprovação da Lei da CPR, somente agora esse título, de grande valor para o agronegócio, está atingindo a sua maturidade e a segurança jurídica desejada por todo o setor. Por muitos anos, os primeiros doutrinadores da matéria CPR direcionaram as suas ações no sentido de limitar a abrangência do uso desse instrumento. Na maior parte das vezes, buscavam defender (em casos concretos) os “interesses” de alguns produtores inadimplentes perante os seus credores, principalmente nas ações onde esse título figurava como garantia. Esses profissionais do Direito pautavam-se na inadequação do uso da CPR como elemento de garantia, limitando-a apenas às operações de venda antecipada da safra, com precificação antecipada e pré-pagamento. É importante resgatar o motivo pelo qual a CPR foi criada. No início da década de 90, após seguidas frustrações de safra e lançamentos de pacotes econômicos, os produtores já não tinham garantias, pois o BB já possuía incontáveis hipotecas vinculadas a créditos em aberto. A única alternativa para viabilizar o custeio na ocasião seria através da criação de um título que viabilizasse a pré-venda da safra. Uma vez aprovada a Lei, a rotina e a criatividade no ambiente de negócios acabaram por exigir a CPR para novas aplicações, diversas das originalmente propostas. Vale lembrar que o mercado se move ao sabor das demandas dos próprios produtores por operações de troca, pré-fixação com pré-pagamento (soja verde), contratos a fixar, etc. Portanto, ao propor restrições ao uso mais amplo desse instrumento, os doutrinadores contrários à aplicação mais ampliada da CPR como instrumento de crédito não estavam contribuindo com a classe produtora, mas sim objetivando resultados pontuais e de efeito limitado. “Matar” uma iniciativa como a da criação da CPR poderia até ser defensável por uma visão estrita do Direito, mas seria um absurdo sob o ponto de vista do desenvolvimento da agricultura brasileira no âmbito da segurança jurídica e da formalização das suas transações. A despeito de decisões jurídicas contrárias ao uso menos restritivo da CPR, esse título é hoje o mais importante instrumento de crédito ao produtor rural. Apenas para citar uma informação relevante, o Banco Mundial vem apresentando a CPR como uma das principais iniciativas dos países emergentes para viabilizar o crédito privado na agricultura. Um estudo feito pelo Banco está publicado em nosso site. Clique aqui para baixar o estudo. Pois bem, como a interpretação jurídica costuma evoluir para o que o senso comum julga mais apropriado, o STJ, julgando recurso em uma disputa entre um produtor de Goiás e a empresa LDCommodities (antiga COINBRA) dispôs pela relatora do Acordão da Ministra Nancy Andrighi: “Decretada a validade do contrato de compra e venda de soja, igualmente válida deverá ser a CPR emitida como garantia da contratação. Nesse ponto, é importante frisar que, consoante a jurisprudência que vem se consolidando no âmbito deste Tribunal, não há necessidade de antecipação do pagamento pela soja vendida, como condição para a validade da CPR.” A Ministra cita no documento a visão de uma corrente de doutrinadores que, ao contrário dos supra mencionados, se posicionam a favor da ampliação do uso da CPR, pautando-se pela finalidade da Lei, que foi criada no sentido de fomentar o crédito ao produtor rural a despeito da forma. São esses os doutrinadores, referidos na decisão do STJ: Dr. Renato Buranello, Dr.Arnold Wald, Haroldo Malheiros Duclerc Verçosa, Dra.Nancy Gombossy de Melo Franco, Dr.Ivo Waisberg. Segundo a Ministra, para essa parcela da doutrina, a CPR figuraria como um título mediante o qual o produtor poderia não apenas obter financiamento para o plantio, emitindo o papel contra o pagamento imediato do preço, mas também mitigar seus riscos, negociando, a preço presente, a sua safra no mercado futuro. “Nesta hipótese, a CPR funcionaria como um título de securitização, emitido em uma operação de hedge, e o preço não precisa necessariamente ser pago de forma antecipada. A importância do negócio estaria, não no financiamento da safra, mas na diluição, para o produtor, do risco inerente à flutuação de preços na época de colheita”. Complementa ainda: “Se a CPR pode desempenhar um papel maior no fomento ao setor agrícola, não há motivos para que, à mingua de disposições legais que o imponham, restringir a sua aplicação”. E finaliza : "Dessas considerações, portanto, decorre que a jurisprudência desta Corte vem se posicionando no sentido de considerar válida a CPR emitida em garantia a contrato de compra e venda de safra futura, independentemente de antecipação do preço." Essa decisão é de proveito de todos os operadores sérios do agronegócio, sejam eles produtores rurais, empresas comerciais, cooperativas, agentes financeiros, etc. É importante ressaltar que a agricultura nunca foi atrativa para os agentes financeiros, em função da fragilidade jurídica do credor nesse ambiente. Não fosse a imposição da exigibilidade do crédito rural e o recolhimento do compulsório para o BC, nosso agronegócio seria muito menos pujante. Essa decisão começa a mudar esse quadro. Parabéns a todos que contribuíram para essa evolução. Para maiores detalhes , consulte : Processo REsp 858785 / GO RECURSO ESPECIAL 2006/0106587-4. Ministra Nancy Andrighi |
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Editorial | ||||||||||||
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